ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 205-2


Poster (Painel)
205-2Isolamento de peptídeos antimicrobianos da macrófita aquática Salvinia auriculata Aubl
Autores:Quintanilha, G. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense) ; CARVALHO, A. O. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense) ; Intorne A.C. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense)

Resumo

O município de Campos dos Goytacazes é abastecido pelo Rio Paraíba do Sul (RPS), que também abastece várias cidades ao longo dos estados de SP, MG, e RJ. Por isso, a UENF faz o monitoramento hidroquímico do rio desde 1994, e recentemente vem estudando o potencial biotecnológico de macrófitas aquáticas flutuantes encontradas no RPS, que vivem em associação com microrganismos capazes de promover o crescimento vegetal e aumentar a tolerância a estresses ambientais. Salvinia auriculata Aubl. é uma macrófita livre flutuante encontrada no RPS, que atua como bioindicadora de poluentes. A resistência de S. auriculata ao estresse abiótico pode ter relação com as bactérias associadas às suas raízes. Poucos estudos descrevem os mecanismos de defesa e controle das macrófitas sobre tais microrganismos. Os peptídeos antimicrobianos (PAMs) são parte do sistema imune vegetal relacionados com o controle e proteção da planta contra microrganismos e patógenos. Logo, o objetivo deste trabalho é isolar PAMs a partir dos tecidos de S. auriculata. Para amostragem, as plantas de S. auriculata mantidas na casa de vegetação em solução nutritiva de Hoagland foram trazidas para o laboratório, onde foram lavadas em água corrente e liofilizadas por cerca de três dias. Feito isso, 0,01 g de amostra foram macerados com nitrogênio líquido, adicionando-se 500 uL de uma solução de SDS 10 %. A mistura foi centrifugada a 14.000 rpm por 15 min, a 4 ºC. O precipitado foi descartado e o sobrenadante foi preparado para um processo de eletroforese descontínua em gel de poliacrilamida. Anterior a este experimento, foram testados outros protocolos de extração, utilizando-se tampões ácidos e básicos, que não tiveram sucesso em extrair moléculas de baixo peso molecular da planta. No entanto, como resultado da extração com SDS, foi obtido um arraste de bandas entre o marcador molecular de 8,1 kDa e 6,9 kDa. Também foram encontradas duas bandas protéicas acima do marcador de 16,9 kDa. Tais peptídeos terão sua sequência de aminoácidos determinada para clonagem em vetores de expressão, testando-se sua ação antimicrobiana. Alguns estudos revelaram a presença de peptídeos em macrófitas aquáticas, e também já foram identificados compostos bioativos em S. auriculata, porém, pela primeira vez estão sendo isolados peptídeos desta planta. Ao conhecer tais PAM's, esperamos descrever e estudar novas moléculas importantes para a interação bactéria-planta e com potencial de aplicação farmacológico.


Palavras-chave:  recurso hídrico, interação bactéria-planta, compostos bioativos, ação antimicrobiana